Há alguns anos, homens e mulheres tinham papéis bem definidos dentro da família que constituíam. As mulheres se casavam muito novas com a função de cuidar do marido, casa e filhos. Dentro desse contexto cabia ao marido o sustento do lar.
Em tempos modernos, depois de muitas mudanças, o comportamento e as prioridades são outras, houve alterações significativas nestes papéis que antes eram estabelecidos. Refiro-me ao fato das mulheres de outrora que eram consideradas “rainhas do lar” e que hoje “reinam” em faculdades, empresas e empreendimentos autônomos.
Frequentemente, as mulheres casam-se mais maduras e continuam trabalhando fora. Dentro dessa realidade, fazem a opção de terem filhos, inaugurando assim, um novo “tempo”. A partir daí, uma mudança radical e profunda acontece com a chegada de uma criança que, apesar de ser pequena, impõe alterações inevitáveis na rotina do casal.
Ao passarem pelo resguardo, período de amamentação, associados às necessidades especiais do recém-chegado, as mães experimentam muitas emoções e desafios. Após alguns meses, é natural que elas voltem ao trabalho. Penso ser necessário elaborar com cuidado este momento de dupla função: ser mãe e trabalhar fora de casa.
É comum as mães ficarem divididas entre o exercício da maternidade e o trabalho. Afinal, ambos são importantes! O grande conflito aparece justamente nesta hora, pois mal se separam do filho após a gestação seja ela no corpo ou no coração, surge nova separação, ou seja, saem para trabalhar e deixam a criança aos cuidados de outras pessoas, fato que com frequência, gera sentimentos de angústia, saudade e pesar. É aí que mora o perigo! Se o relacionamento com o filho estiver “contaminado” pela culpa, o processo de educação fica comprometido.
Na tentativa de minimizar a ausência enquanto trabalham, algumas mulheres tornam-se excessivamente permissivas com seus filhos. Dificilmente colocam limites e dizem “não”, roubando deles, o direito de aprender a lidar com a frustração, saber que possuem hora para todas as coisas e que eles não são onipotentes.
É necessário tomar cuidado para que o seu “amor de mãe culpada” não atropele o filho em vez de educá-lo. É importante dedicar algum tempo à criança, proporcionar com frequência um diálogo amistoso no qual ela se sinta valorizada e amada para que tenha estrutura e desenvolva competências e habilidades emocionais em suas relações interpessoais futuras. Da mesma forma que a criança precisa da nutrição que vem dos alimentos para ter saúde física, precisa também da “nutrição afetiva” para conseguir desenvolver boa autoestima com respeito a si e aos outros.
Para as mulheres que trabalham fora e voltam cansadas dou algumas dicas:
Respirem fundo, descansem um pouco e estabeleçam prioridades. Peçam colaboração e façam apenas o possível da melhor forma que conseguem. Deixe o papel da mulher maravilha para as atrizes!
Yorumlar