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OPORTUNIDADE PERDIDA

Foto do escritor: Alice DamascenoAlice Damasceno

Atualizado: 27 de set. de 2019


Estava no ponto do ônibus com o objetivo de ir para o centro da cidade e observei uma cena bem interessante. Chegou uma mulher com seu filho de aproximadamente seis anos. Após algum tempo, o menino ficou inquieto, impaciente querendo ir embora. Na sua percepção, o ônibus estava demorando demais e a mãe, diante desta situação, tentava distraí-lo. Ela tirou uma bala de sua bolsa e deu para o menino com o intuito de agradá-lo e amenizar seu desconforto. A criança desembrulhou a bala e jogou o papel no chão, sendo que a lixeira estava a 1 metro de distância.

A mãe viu, porém não disse nada, para espanto de todos que ali estavam observando tudo. Outras pessoas chegaram ao ponto do ônibus, algumas falavam de política e outras, alheias a tudo isto, olhavam para seus celulares aproximando-se daqueles que estavam longe e afastando-se dos que estavam próximos.

Neste ínterim, aproximou uma senhora que aparentava ter mais ou menos 75 anos e roubou a cena. Ela trajava roupas simples com um avental e segurava uma vassoura de piaçava e uma pá de lixo. Muito comunicativa e bem disposta, começou a conversar com as pessoas que ali estavam. Enquanto varria todo aquele espaço, recolhendo bingas de cigarro, pequenos papéis jogados, falava de sua fé em Jesus.

Indignada com a quantidade de cigarros no chão, passou a comentar sobre os malefícios do vício de fumar e também dos papéis e lixos que jogam no passeio mesmo com a lixeira bem perto. Dizia:

- Sabe gente! Eu nunca fui rica, mas minha mãe ensinou a mim e a meus irmãos que devemos ser limpos e caprichosos, por isso, todos os dias eu varro este lugar, se não pode ir algum bicho para minha casa com este lixo no chão. Depois de ter varrido se despediu e voltou para sua casa. O ônibus finalmente chegou e todos entraram.

Acreditem se quiser, o menino pegou outra bala e desta vez jogou o papel no chão do ônibus perto da lixeirinha que estava próxima a porta. Que lástima! Aquela mãe estava “surda” para os ensinamentos da senhora. Ela, sem perceber, roubou de seu filho a oportunidade de aprender a cuidar melhor do espaço público e preservá-lo deixando-o limpo.

Será que esta criança irá aprender o que é correto ou continuará a sujar o espaço em que se encontra, achando que é uma maneira natural de agir?

Maria Alice Damasceno de Oliveira

Psicóloga - Master Practitioner em PNL e Neurossemântica

CRP 04/4543

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